Donald Trump voltou a pressionar a Apple com uma ameaça clara: se os iPhones continuarem a ser fabricados fora dos EUA, especialmente na China e na Índia, enfrentarão uma tarifa de 25% ao entrarem no mercado norte-americano. O anúncio, feito na sua plataforma Truth Social, reacendeu tensões comerciais e provocou quedas significativas nas bolsas de valores, com as ações da Apple a caírem 4%.
Trump insiste que a Apple deve transferir a produção para solo americano, uma exigência que ignora a complexidade da cadeia de fornecimento global da empresa. Atualmente, cerca de 90% dos iPhones são montados na China, com componentes provenientes de dezenas de países . Analistas estimam que relocalizar apenas 10% da produção para os EUA custaria cerca de 30 mil milhões de dólares à Apple e levaria três anos, podendo aumentar o preço de um iPhone base para cerca de 3500 dólares.
Apple está a tentar encontrar soluções
Apesar das pressões, a Apple tem procurado diversificar a sua produção, aumentando a montagem de iPhones na Índia, que já representa cerca de 15% da produção global . Recentemente, a empresa transportou 600 toneladas de iPhones da Índia para os EUA para evitar tarifas.
No entanto, mesmo com estas medidas, os consumidores americanos podem enfrentar aumentos de preços. Analistas do mercado preveem que os preços dos iPhones possam subir entre 10% e 43%, dependendo da capacidade da Apple de absorver os custos adicionais, que não parece provável.
Esta nova ofensiva tarifária de Trump não se limita à Apple. O presidente também ameaçou impor tarifas de 50% sobre produtos da União Europeia a partir de 1 de junho, caso as negociações comerciais não avancem . Estas medidas refletem uma estratégia protecionista agressiva que visa reconfigurar as cadeias de produção globais, mas que pode ter consequências significativas para os consumidores e para a economia global.
