Hoje em dia o facto de termos uma consola nos nossos smartphones é praticamente um dado adquirido, contudo não conseguimos ter aquela sensação pura de controlo pois os comandos não são físicos.
Há jogos que gosto de jogar no meu smartphone, por exemplo RPGs, sou um apaixonado por Final Fantasy mas apesar disso falta sempre o joypad.
Posso-me gabar de ter vivido a minha adolescência numa época dourada onde a tecnologia tal como a conhecemos começou dar os primeiros passos. Fiquei em choque quando no outro dia um colega de trabalho de vinte e poucos anos me chamou “boomer”.
Ok… acredito que os meus cabelos brancos que insistem em começar a surgir induzam em erro. Mas infelizmente para ele não sou “boomer”, arranjaram um nome bem mais fixe que isso para a minha geração, sou um “millennial”.
Por ser um tipo que apanhou o nascimento da internet, o seu crescimento, os primeiros passos e a sua evolução também apanhei a primeira consola híbrida.
O que era uma consola híbrida?
Para começar chamava-se Nokia N-Gage, e eu gosto de dizer que era uma consola que vinha com um telemóvel incorporado e não um telemóvel com uma consola no seu interior apesar de na realidade ser mesmo esta última opção.
Para os mais novos apresento-vos o Nokia N-Gage:
Para quem é a primeira vez que olha para isto não se deixem enganar pelo aspecto de consola, ou será que que quero dizer com o aspecto de telemóvel?
Sendo um produto tão híbrido e tão estranho para a sua geração ninguém nas lojas sabia muito bem onde o colocar à venda. Mas a sua função primária era sem dúvida o efetuar e receber chamadas, e-mails e mensagens. Era um excelente reprodutor de música em MP3 e pronto uma excelente consola.
Hoje em dia compramos os jogos através das lojas online e de plataformas específicas para o efeito, mas o N-Gage tenha jogos que se compravam em cartões tipo SD com caixinhas e tudo. Era a verdadeira consola portátil, o dispositivo perfeito para levar de férias ou para os momentos mortos.
Bem, infelizmente para a Nokia este produto não teve grande sucesso, pois foi lançado dois anos após a Game Boy Advanced. Honestamente preferia uma consola que não fosse devoradora de pilhas como o GBA e preferia ter uma consola que desse para ter bateria que desse para recarregar como era o caso do N-Gage.
Tal como o GBA os jogos poderiam ser comprados fisicamente como disse anteriormente e este era o aspecto dos mesmos.
Umas caixinhas que vinham com um cartão de memória no interior que se poderia introduzir numa ranhura dedicada única e exclusivamente para isso.
Pode-se dizer que a Nokia foi visionária ao criar este conceito, era quase como se as nossas necessidades básicas de comunicação e de divertimento estivessem unidas num único dispositivo.
Ao todo a Nokia desenvolveu em parceria com outras marcas de videojogos 64 títulos. As parcerias foram entre algumas das mais conceituadas marcas como a Activision, Capcom, Atari, Gameloft, Codemasters, Electronic Arts, THQ, Eidos, Sega e até Taito.
Só para terem uma ideia, da lista dos 64 jogos lançados na sua curta vida tinhamos títulos como: Crash Nitro Kart, Rayman 3, Spider-Man 2, Splinter Cell: Chaos Theory, Tomb Raider, Ashen…
Em 2004 a Nokia tentou reavivar a sua “consola” ao relançar o N-Gage com um novo design mais robusto e apelativo. Mas desta vez a chamar-se Nokia N-Gage QD Por aquilo que me lembro e pessoalmente gostava mais da primeira versão pois era mais fina e espalmada. A segunda versão era mais “gordinha” e tinha um aspecto mais de consola real. Bem, na realidade nunca teve aspecto de telemóvel.
Foi uma consola/telemóvel tão mítico que hoje em dia ainda se encontram alguns à venda por 500€.
Para os mais curiosos podem ver como era a jogabilidade no N-Gage.
