A Google divulgou um relatório sobre o papel da inteligência artificial no futuro da aprendizagem, destacando o potencial desta tecnologia para apoiar professores, personalizar o ensino e tornar a educação mais acessível em todo o mundo. O documento, intitulado "IA e o Futuro da Aprendizagem", foi elaborado por responsáveis da Google Research e da DeepMind e defende que a IA poderá ajudar alunos e docentes a enfrentar os desafios de um sistema educativo em constante transformação.
De acordo com a empresa, o objetivo não é substituir o papel humano na educação, mas antes complementar o trabalho dos professores, permitindo-lhes dedicar mais tempo às tarefas verdadeiramente importantes — como inspirar a curiosidade e acompanhar o desenvolvimento individual dos alunos. A Google acredita que ferramentas baseadas em IA, como o modelo Gemini e a iniciativa LearnLM, podem criar experiências de aprendizagem mais envolventes e adaptadas às necessidades de cada estudante.

Entre os benefícios apontados estão a personalização do ensino, a simplificação de temas complexos e o apoio na criação de materiais pedagógicos e avaliações. A IA pode, por exemplo, adaptar explicações ao nível de compreensão de cada aluno e fornecer feedback imediato. Fora da sala de aula, pode assumir o papel de tutor virtual, ajudando estudantes que dispõem de menos recursos ou apoio educativo.
Contudo, o relatório também reconhece os riscos inerentes à utilização destas tecnologias. A empresa destaca preocupações com a precisão das respostas, a segurança dos dados e o perigo de os alunos se tornarem excessivamente dependentes da IA, o que poderá prejudicar o desenvolvimento do pensamento crítico. Outro desafio é garantir que o acesso às ferramentas seja equitativo, evitando que a inovação tecnológica amplie as desigualdades já existentes entre países e comunidades.
Para enfrentar estas questões, a Google afirma estar a trabalhar em estreita colaboração com especialistas, professores e instituições académicas, incluindo a Columbia University e a Arizona State University, com o objetivo de desenvolver soluções seguras e eficazes. A empresa também assegura manter um forte compromisso com a privacidade dos menores e promover a literacia digital adequada a cada faixa etária.

Na prática, a gigante tecnológica já começou a integrar a IA em produtos como o Google Classroom, o YouTube e o Gemini for Education, oferecendo funcionalidades sem custos para ajudar os docentes a planear aulas e a gerir tarefas administrativas. Além disso, está a testar novos modos de aprendizagem guiada, em que os alunos podem escolher entre receber respostas diretas ou participar num processo mais interativo e exploratório.
No encerramento do relatório, a Google sublinha que o verdadeiro impacto da inteligência artificial na educação não dependerá apenas da tecnologia, mas da forma como a sociedade decidir utilizá-la. "O maior avanço da IA será social, não técnico", afirma a empresa, acrescentando que a inovação deve ser acompanhada por diálogo, investigação e colaboração entre governos, escolas e empresas.