EUA: WhatsApp é banido de utilização na Câmara dos Representantes

O Congresso dos Estados Unidos decidiu banir o WhatsApp de todos os dispositivos fornecidos aos funcionários da Câmara dos Representantes. A medida, formalizada num memorando interno do Gabinete de Ciber-segurança, classifica a aplicação da Meta como um "risco elevado", apontando falhas na transparência da proteção de dados, ausência de encriptação dos dados em repouso e vulnerabilidades de segurança generalizadas.

Conforme avançou a Reuters, segundo o mesmo documento, os trabalhadores têm até 30 de junho para remover a aplicação dos seus equipamentos profissionais. Entre as alternativas recomendadas estão o Microsoft Teams, Signal, Amazon Wickr, FaceTime e iMessage, as duas últimas exclusivas para dispositivos Apple.

Meta ainda não respondeu ao banimento

A Meta ainda não se pronunciou, sendo que provavelmente vão reforçar que o WhatsApp oferece encriptação de ponta a ponta por defeito e que tal nível de segurança supera o de várias aplicações já autorizadas. Ainda assim, a decisão irá manter-se, refletindo uma crescente desconfiança institucional sobre aplicações cuja infraestrutura e gestão de dados não se encontram sob jurisdição americana.

Em janeiro, a própria Meta revelou que uma empresa de espionagem cibernética israelita usou uma vulnerabilidade do WhatsApp para espiar cerca de 90 utilizadores, incluindo jornalistas e ativistas sem qualquer interação por parte das vítimas. A empresa, intitulada Paragon Solutions, tem os governos da Austrália, Canadá, Chipre, Dinamarca, Israel e Singapura como alguns dos seus clientes. A Paragon foi comprada o ano passado por uma gigante americana chamada AE Industrial Partners.

Esta proibição segue o precedente de 2022, quando o TikTok foi igualmente banido de dispositivos governamentais, num contexto de reforço das políticas de ciber-segurança.

A medida é vista como mais um passo na tentativa de limitar a exposição a tecnologias externas com práticas consideradas pouco transparentes ou mesmo anti privacidade. A segurança digital, especialmente em contextos governamentais, tornou-se prioridade absoluta nos Estados Unidos.