No contexto das celebrações dos 120 anos da Casa da Imprensa, será inaugurada, no próximo dia 18 de junho, a exposição "Vasco – cronista revolucionário", uma homenagem ao jornalista e cartoonista Vasco Castro, figura marcante de Maio de 68 e do 25 de Abril.
Esta é a primeira mostra individual dedicada à sua obra desde o seu falecimento, que completa quatro anos no próximo mês.
A exposição percorre o trajecto e o olhar crítico de Vasco sobre momentos fundamentais de mudança política e social do século XX, atravessando três fases determinantes da sua vida: o exílio em Paris, em plena efervescência da contracultura; o regresso à Lisboa revolucionária após o 25 de Abril; e o recolhimento em Fontanelas, num tempo de reflexão sobre o seu papel enquanto artista.

De acordo com o curador Daniel Melo, esta mostra é também um tributo "à memória do exílio e dos exilados, que Vasco sempre valorizou e considerava esquecida". O percurso expositivo propõe uma leitura crítica da sua produção enquanto desenhador político e cronista comprometido, tendo como pano de fundo uma vida dedicada à liberdade de expressão e à justiça social.
Como se lê na folha de sala, Vasco "desde muito jovem se ligou à imprensa, primeiro como autor de jornais-folhetim na escola, depois como correspondente do Mundo Desportivo, aos 15 anos". O seu percurso passou pela rádio, televisão e imprensa humorística e satírica, com colaborações em publicações como Riso Mundial, Picapau, Cara Alegre, Parada da Paródia, Diário de Lisboa, República e Diário Ilustrado. Em 1960, desertou e exilou-se em Paris, onde iniciou colaboração na imprensa francesa como "Tinho", no L’Humanité e France-Observateur.
O 25 de Abril marca um ponto de viragem: regressa a Lisboa no dia 30 de abril de 1974 e, no final desse ano, publica o álbum Desenhos Políticos, afirmando-se como cronista visual da revolução, ao lado de nomes como João Abel Manta. Em 1983, retira-se para Fontanelas e, mais tarde, já na década de 90, torna-se presença habitual no jornal Público, até 2007.
Localização e horários
A exposição poderá ser visitada até 22 de agosto, de segunda a sexta-feira, entre as 10h00 e as 18h00 (encerra aos feriados) na sede da Casa da Imprensa, em Lisboa, na Rua da Horta Seca, número 20. A entrada é gratuita.