No Cannes Lions 2025, o CEO do YouTube, Neal Mohan, assinalou os 20 anos da plataforma e partilhou a sua visão sobre o futuro da criatividade e da construção de marcas, cada vez mais moldado pelos criadores e pela inteligência artificial.
Durante a sua intervenção, Mohan destacou a transformação do YouTube desde o vídeo inaugural “Me at the Zoo” até se tornar o "centro da cultura digital", onde surgem tendências e se impulsionam movimentos globais.
Segundo o executivo, os criadores, que antes faziam vídeos caseiros, tornaram-se agora verdadeiras “startups de Hollywood”, reinventando o entretenimento, gerando emprego e produzindo conteúdos de alta qualidade – desde documentários para o grande ecrã até produções originais na própria plataforma.
Mohan revelou ainda que o consumo de conteúdos no YouTube através da televisão tem aumentado de forma exponencial, com mais de mil milhões de horas visualizadas todos os dias. Muitos dos 100 canais mais populares a nível mundial são agora assistidos principalmente em ecrãs de TV, o que levou os criadores a adaptarem-se a esta “nova televisão”, com séries em alta definição e podcasts em vídeo a ganharem cada vez mais destaque.

Outro ponto forte da apresentação foi o impacto crescente das comunidades de fãs. Os espectadores não se limitam a consumir conteúdos – eles moldam a cultura com reações, memes e vídeos derivados, contribuindo com milhares de milhões de visualizações adicionais. Os YouTube Shorts, por exemplo, já ultrapassam os 200 mil milhões de visualizações por dia, demonstrando a força do formato de vídeo curto.
Olhando para o futuro, o CEO destacou o papel da inteligência artificial na evolução da plataforma. Mohan anunciou que o modelo de geração de vídeo da Google, Veo 3, capaz de criar clipes a partir de texto e áudio, será integrado nos YouTube Shorts ainda este ano.
Para os próximos 20 anos, Mohan acredita que os criadores continuarão a inovar em géneros e formatos, assumindo o papel de embaixadores de marca e líderes criativos. As comunidades de fãs ganharão ainda mais relevância e a IA será um catalisador que ampliará os horizontes da criatividade humana – com o YouTube a manter-se como o palco privilegiado para tudo isto.
Nova ferramenta aproxima marcas e criadores de conteúdos

Durante o evento, foi também apresentada a nova funcionalidade “open call”, desenvolvida pelo YouTube BrandConnect. Esta ferramenta permite que marcas e criadores colaborem em larga escala, dando às empresas a possibilidade de publicar briefings criativos, aos quais os criadores podem responder com propostas em vídeo.
A funcionalidade visa aproximar criadores de todas as dimensões das marcas, promovendo novas oportunidades de parceria, enquanto as empresas beneficiam do alcance e influência do ecossistema do YouTube para as suas campanhas. A “open call” já está disponível para anunciantes selecionados.
Dados mais recentes acerca do YouTube

- O YouTube mantém-se como líder absoluto no tempo de visualização em serviços de streaming nos Estados Unidos, posição que ocupa há dois anos consecutivos;
- Nos EUA, a televisão ultrapassou os smartphones e tornou-se no principal dispositivo utilizado para assistir a vídeos do YouTube, refletindo a crescente preferência dos utilizadores pelo ecrã grande;
- No Reino Unido, a televisão conectada (CTV) tem sido o ecrã com maior crescimento para o YouTube ao longo dos últimos cinco anos, tendência que se intensificou em 2024;
- Ainda no Reino Unido, os dados de dezembro de 2024 indicam que, em média, os utilizadores conectados assistem diariamente a mais de 15 milhões de horas de conteúdos do YouTube na televisão;
- Em França, a média diária é superior a 5 milhões de horas de conteúdos visualizados no ecrã grande por utilizadores conectados (dados de dezembro de 2024);
- Na Alemanha, o valor é ainda mais elevado: em média, os espectadores conectados assistem diariamente a mais de 10 milhões de horas de conteúdos do YouTube na televisão, segundo os dados mais recentes do final de 2024;
- Por fim, os dados entre julho e agosto de 2023 revelam que os utilizadores têm 98% mais probabilidade de confiar nas recomendações feitas por criadores do YouTube em comparação com as feitas por websites ou aplicações sociais.