A rede social Bluesky anunciou que vai endurecer as medidas de moderação, com o objectivo de cultivar um espaço mais saudável para conversas online. Esta decisão surge após uma revisão das diretrizes da comunidade. No mês passado, a plataforma convidou os utilizadores a comentar um rascunho de alterações e recebeu mais de 14 mil respostas. Muitas levantaram preocupações sobre o impacto destas regras na expressão criativa ou em vozes de comunidades marginalizadas.
Depois de analisar o feedback, a empresa decidiu reforçar as regras contra assédio e conteúdos tóxicos. A partir de agora, haverá menos avisos prévios antes de uma conta ser suspensa, e as equipas de moderação vão actuar mais rapidamente. A Bluesky também vai introduzir avisos no próprio produto para alertar quando um conteúdo pode infringir as normas, ainda antes de ser publicado.
Bluesky é uma popular alternativa ao X
Contudo, as decisões de quem é suspenso ou não continuam a gerar debate. Houve acusações de que contas que recolhiam fundos para os palestinianos em Gaza foram banidas injustamente. Também o caso da escritora de terror Gretchen Felker-Martin, suspensa temporariamente por comentários sobre um tiroteio, levantou críticas. Vários utilizadores consideraram essa acção “ridícula” ou “uma vergonha absoluta”.
Além da aplicação mais rigorosa das regras, a Bluesky prepara novas funcionalidades: um “modo zen” para uma experiência mais calma, e prompts que incentivam interacções mais construtivas. As directrizes também passam a incluir uma secção dedicada a contextos de expressão protegida, como jornalismo e educação.
Quanto a conteúdos sexuais envolvendo actividades não consentidas mesmo em versões ilustradas ou geradas por inteligência artificial a empresa esclareceu que não haverá mudanças: estes continuarão a ser removidos.
O objectivo declarado é simples: tornar a Bluesky um espaço digital mais seguro, mas sem sufocar a criatividade nem as vozes que mais precisam de ser ouvidas.